Graças ao crescimento desordenado, muitos centros urbanos sofrem hoje com problemas causados por falta de planejamento. Porém, com o auxílio da tecnologia e com implantação de estratégias efetivas, esses problemas podem ser resolvidos.

O crescimento urbano no Brasil

De acordo com uma pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil possui aproximadamente 208,5 milhões de habitantes. Pela dimensão do país, esse número deveria ser aceitável. O problema é que a maioria da população está concentrada em centros urbanos, que não possuem estrutura para receber esse número de pessoas.

Por essa falta de preparo das cidades, setores como a segurança pública acabam sofrendo. Percebendo isso, os grandes centros urbanos estudam alguns métodos, aliados à tecnologia, para resolver esses problemas.

Para o trânsito

Engarrafamento intenso em uma cidade à noite.

Atualmente, o trânsito é uma das maiores dores de cabeça da população. Além de causar acidentes, ainda é responsável por estresse, emissão de gases poluentes, atrasos e prejuízos. O Brasil é um dos maiores exemplos disso. A capital de São Paulo, por exemplo, possui 8,6 milhões de veículos motorizados, ou seja, 7 veículos a cada 10 habitantes. Isso ocasiona grandes congestionamentos durante horários de pico.

Isso cria a “crise de mobilidade urbana”, que ocorre quando o governo não consegue oferecer condições de deslocamento pelas cidades. Essa situação pode ocorrer por vários motivos, que vão desde o incentivo à indústria automobilística no Brasil, até a precariedade dos transportes públicos.

A solução

Com a missão de melhorar a dinâmica do trânsito, a gestão de mobilidade urbana tem 3 objetivos. São eles:

  • Diminuir a quantidade de congestionamentos e o prejuízo causado por eles;
  • Diminuir a quantidade e o prejuízo causado por congestionamentos não-naturais (causados por acidentes, por exemplo);
  • Aumentar a segurança no trânsito.

Fazendo uso de recursos tecnológicos, os operadores responsáveis pelo controle do trânsito possuem uma visão muito mais ampla e efetiva do que pode ser feito para melhorar os fluxos do trânsito, resolvendo assim a crise de mobilidade. Alguns desses recursos são:

  • Sistema de Operação e Gestão de Rodovias
  • Prioridade para Transporte Público e Ônibus
  • Previsões de Tráfego e Tempo
  • Informação ao Usuário
  • Radares e Vídeo Inteligente (OCR, DAI)
  • Banco de Dados (estatísticas e gestão, web)
  • Operação e Manutenção
  • Planos de Emergência

Ao melhorar a questão do trânsito, será possível perceber uma melhora também em outras áreas, como o meio ambiente.

Para o meio ambiente

Esgoto lotado de lixo

O dia-a-dia e o desenvolvimento dos centros urbanos, quando não são supervisionados ou limitados, podem trazer sérios problemas ao meio ambiente. Essa poluição afeta diversos elementos do ambiente. Os tipos de poluição mais comuns nas cidades são:

  • Poluição atmosférica: acontece devido à emissão de poluentes no ar. Uma das principais causas desse tipo de poluição é a emissão de combustíveis fosseis ocasionada pelo trânsito.
  • Poluição das águas: esse tipo de poluição acontece devido ao acúmulo de resíduos e poluentes nos rios, lagos e bacias hidrográficas, além de mares e oceanos. No caso das cidades, geralmente ocorre pelo mau direcionamento dos esgotos doméstico e industrial, que são despejados nas águas. Além de prejudicar a vida marinha, essa forma de poluição ainda causa mau cheiro e proliferação de doenças nas cidades.
  • Poluição luminosa: é o uso excessivo e intrusivo de luz artificial. Isso pode ter efeito na saúde (insetos portadores de doenças, como a malária, podem se sentir atraídos pela luz, por exemplo), nos ecossistemas (alguns processos naturais de animais, como o repouso, só podem acontecer à noite) e até mesmo nas observações astronômicas.

A solução

Nesse caso, a tecnologia pode ajudar de algumas maneiras. Para a poluição atmosférica, o foco em transportes públicos e a melhora no fluxo do trânsito já ajudariam a diminuir consideravelmente a emissão de gases poluentes.

Para a questão hídrica, além da criação de centros mais avançados de tratamento de água, a tecnologia permite que o despejo de esgoto seja feito de forma mais consciente.

Sobre a poluição luminosa, o uso de lâmpadas LED é recomendado, por ser mais econômico. Além disso, a lâmpada de LED não emite radiação e nem possui filamentos metálicos ou substâncias tóxicas em sua composição, ou seja, não causa cansaço visual e nem emite poluentes.

Para a segurança

Duas câmeras de rua, apontadas em lados opostos, anexadas a um prédio.

Talvez a área em maior evidência, a crise de segurança tem atingido níveis alarmantes. Em 2016, por exemplo, o Brasil alcançou uma taxa de homicídios 30x maior que a da Europa. Esse tipo de dado expõe a insegurança e o medo com o qual a população lida diariamente. Como a tecnologia pode ajudar?

Recursos como câmeras de vigilância já fazem a diferença, aumentando o monitoramento em uma área. Em um levantamento feita pela Nottingham Trent, conceituada universidade da Inglaterra, o uso de câmeras e CFTV (Circuito Fechado de Televisão) foi útil para a investigação em 65% dos 110.00 casos analisados. Se quiser saber mais alguns dados, você pode ler os resultados da pesquisa (em inglês) aqui.

A solução

Mesmo que sejam úteis, as câmeras de vigilância padrão nem sempre são suficientes. Por isso, um novo tipo de monitoramento surgiu. As câmeras IP, como são chamadas, são mais econômicas e fáceis de consertar. Mais importante ainda, esse tipo de câmera também conta com a análise inteligente de vídeos. Isso significa que são capazes de analisar, tendo como referência acontecimentos anteriores ou dados previamente inseridos, anomalias que ocorrem nas áreas vigiadas, e emitir alertas para os operadores desses sistemas. Quer um exemplo? Vamos imaginar que você opera o CFTV de um estacionamento privado, e um veículo que não possui permissão entra na área que está sendo monitorada. A partir daí, a câmera analisa a placa desse veículo, compara com as placas que têm a liberação, e, ao perceber a infração, envia um alerta para o servidor, que está sendo observado por você. Simples, rápido e prático.

Um importante aliado para as câmeras de IP é o sistema de detecção de intrusão por fibra óptica. Esse sistema, quando identifica alguma interferência suspeita, emite um sinal para o servidor integrado. Feito isso, as câmeras são direcionadas rapidamente até o local da perturbação, o que permite reconhecer o motivo do alarme e decidir o que irá ser feito. Para saber mais sobre como o sistema funciona, confira nosso post sobre segurança nas escolas.

Integrando os sistemas

Por mais que a tecnologia possa resolver alguns dos principais problemas enfrentados atualmente pelos grandes centros urbanos, isso não será possível sem coordenação estratégica. Definido como um “integrador de gestão situacional”, o S4C serve para que os operadores responsáveis por grandes espaços urbanos tenham acesso ao máximo de informações possíveis, para que possam tomar as melhores decisões para cada situação. Vamos dar um exemplo. Você é responsável pelo controle do trânsito de uma cidade, e um acidente ocorre. Com o auxílio do S4C, você consegue emitir um sinal para que a equipe médica se dirija ao local. Enquanto isso, você analisa, em outra janela, os semáforos e o fluxo de veículos até o acidente, para que a ambulância chegue até o local o mais rápido possível.